Thursday 11 March 2010

I returned to my country, after my trips, this month and sometimes I think that I didn't return at all...
I still have my mind in some places... Oh, new places, new people, new ways of expression!
Don't get me wrong, it's wonderful to have a home, a place where I feel totally comfortable but... there's always a but, I love to get to know other worlds besides mine.
And maybe I'm escaping from some feelings which are inside my heart and I can't control... maybe... we never know anything at all.
I just know that I'll work. I'll make an tremendous effort to achieve my goals. And I decided with conviction one of them today. To work hard, no matter what.
I should focus on it. Just it...
?!
Should I?



1 comment:

  1. Peregrino e Hóspede sobre a Terra

    Meu único país é sempre onde estou bem
    é onde pago o bem com sofrimento
    é onde num momento tudo tenho.
    O meu país agora são os mesmos campos verdes
    que no Outono vi tristes e desolados
    e onde nem me pedem passaporte
    pois neles nasci e morro a cada instante
    que a paz não é palavra para mim.
    O malmequer, a erva, o pessegueiro em flor,
    asseguram o mínimo de dor indispensável
    a quem na felicidade que tivesse
    veria uma reforma e um insulto.
    A vida recomeça e o sol brilha
    a tudo isto chamam Primavera
    mas nada disto cabe numa só palavra
    abstracta quando tudo é tão concreto e vário.
    O meu país são todos os amigos
    que conquisto e que perco a cada instante.
    Os meus amigos são os mais recentes
    os dos demais países os que mal conheço e
    tenho de abandonar porque me vou embora
    pois eu nunca estou bem aonde estou
    nem mesmo estou sequer aonde estou.
    Eu não sou muito grande, nasci numa aldeia,
    mas o país que tinha já de si pequeno
    fizeram-no pequeno para mim
    os donos das pessoas e das terras
    os vendilhões das almas no templo do mundo.
    Sou donde estou e só sou português
    por ter em Portugal olhado a luz pela primeira vez.

    [Ruy Belo, “País Possível”, in Todos os Poemas. Assírio & Alvim]





    Julio Cortázar

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