I returned to my country, after my trips, this month and sometimes I think that I didn't return at all...
I still have my mind in some places... Oh, new places, new people, new ways of expression!
Don't get me wrong, it's wonderful to have a home, a place where I feel totally comfortable but... there's always a but, I love to get to know other worlds besides mine.
And maybe I'm escaping from some feelings which are inside my heart and I can't control... maybe... we never know anything at all.
I just know that I'll work. I'll make an tremendous effort to achieve my goals. And I decided with conviction one of them today. To work hard, no matter what.
I should focus on it. Just it...
?!
Should I?
Peregrino e Hóspede sobre a Terra
ReplyDeleteMeu único país é sempre onde estou bem
é onde pago o bem com sofrimento
é onde num momento tudo tenho.
O meu país agora são os mesmos campos verdes
que no Outono vi tristes e desolados
e onde nem me pedem passaporte
pois neles nasci e morro a cada instante
que a paz não é palavra para mim.
O malmequer, a erva, o pessegueiro em flor,
asseguram o mínimo de dor indispensável
a quem na felicidade que tivesse
veria uma reforma e um insulto.
A vida recomeça e o sol brilha
a tudo isto chamam Primavera
mas nada disto cabe numa só palavra
abstracta quando tudo é tão concreto e vário.
O meu país são todos os amigos
que conquisto e que perco a cada instante.
Os meus amigos são os mais recentes
os dos demais países os que mal conheço e
tenho de abandonar porque me vou embora
pois eu nunca estou bem aonde estou
nem mesmo estou sequer aonde estou.
Eu não sou muito grande, nasci numa aldeia,
mas o país que tinha já de si pequeno
fizeram-no pequeno para mim
os donos das pessoas e das terras
os vendilhões das almas no templo do mundo.
Sou donde estou e só sou português
por ter em Portugal olhado a luz pela primeira vez.
[Ruy Belo, “País Possível”, in Todos os Poemas. Assírio & Alvim]
Julio Cortázar